Descrição
Desta vez fomos até à vila de Tentúgal e não foi por causa dos famosos pasteis e queijadas. Fomos atrás de um edifício com uma carga histórica e arquitectónica grande. Este lugar tem vários nomes: “Paços dos Condes de Tentúgal”, “Paço dos Duques do Cadaval”, “Paço do Infante D. Pedro” ou “Quinta do Paço”. Trata-se de um edifício de estilo Gótico que não estando nas melhores condições, ainda mantém algumas características interessantes. Inclui o que resta de uma capela e de um celeiro. Foi pertença de algumas personagens importantes da história do país e agora serve de curral para gado ovino e/ou caprino. No interior nota-se que foram iniciados alguns restauros pois há paredes cimentadas mas que foram também estes deixados ao abandono. Situado numa zona rural e agrícola, encontra-se escondido dos acessos principais, o que faz com que ajude ao seu esquecimento.
Tipologia
Residencial Gótica / Renascentista
Localização
Tentúgal, Montemor-O-Velho
Data da Visita
15-11-2015
Utilização Inicial
Quinta com residência, celeiro, eira e capela.
Notas Históricas
O Paço de Tentúgal foi doado em 1413 por D. João I ao Infante D. Pedro, que em 1417 obteve a jurisdição da vila, promovendo posteriormente grandes obras no paço, atribuídas ao mestre Estevão Gomes, onde mandou erigir uma capela, e patrocinando na mesma época a construção da igreja matriz.
Embora se encontre presentemente em ruínas, ainda se distingue a estrutura gótica do paço, com corpos salientes pontuados pela disposição das aberturas e sobretudo pelas chaminés altas que coroam o edifício.
O portal principal do paço apresenta um modelo muito semelhante ao que foi edificado na Igreja matriz de Tentúgal. O pátio é formado por um conjunto de arcadas e os capitéis aqui colocados, bem como os que suportam os arcos da varanda e do piso térreo, apresentam-se decorados com folhagens e motivos de inspiração andaluza.
O celeiro da casa, cuja cobertura já não existe, foi construído no século XVI, possuindo um portal de gosto renascentista e o espaço interior dividido em três naves, marcadas por colunas dóricas nas quais assentam arcos de volta perfeita, numa tipologia pouco comum em obras de carácter agrícola.
No primeiro quartel do século XVIII havia já notícia de que o edifício se encontrava em ruínas, sendo incendiado cerca de cem anos depois, durante as Lutas Liberais.
Catarina Oliveira
IPPAR/Novembro de 2006
E agora as fotos…